terça-feira, 22 de abril de 2008

A DROGA DO AMOR

O amor, aquele que sonhamos tanto em experimentar, não deixa de ser uma droga como outra qualquer (Alcool, Cigarro, Maconha, Cocaína, Heroína, Crack...) eis que vicia, causa dependência, causa euforia, faz chorar, faz sorrir, nos relaxa e outras coisas mais. Mas qual o verdadeiro segredo do amor? Ou melhor, quando descobriremos o amor verdadeiro? Será que ele existe? E a tal alma gêmea? Ou será que temos a necessidade de estar com o sexo oposto apenas por conveniência? Apenas para nos satisfazermos?

Como a droga, o amor no início também faz a gente sorrir em excesso, relaxa de uma maneira inexplicável, dá uma sensação de poder já que estamos com alguém que amamos (ou achamos que amamos), nos faz viver o mundo de uma maneira mais fácil, mesmo com os problemas que ele nos traz, e dessa maneira a nossa auto-estima se eleva como se conseguíssemos chegar até Deus (pelo menos os usuários de drogas falam muito em “voar”, “viajar”, em sentir-se poderoso e etc.).

Tudo bem até aí, mas e quando o amor de uma das partes acaba e o castelo, que na verdade nunca deixou de ser imaginário, desaba? O que fazer? Chorar? Não adianta chorar!! A pessoa não vai voltar mais! E você se pergunta: E o amor verdadeiro, aquele que eu tanto acreditava? Afinal de contas a outra pessoa também um dia acreditou nesse amor, ou não?

Nesse momento entramos em declínio e as consequências da dependência logo aparecem: Demoramos meses a acreditar que o sonho acabou; Cada vez que o telefone toca dá a sensação de que dessa vez é a pessoa que gostamos (mas nunca é); Quando resolvemos sair a primeira vez sozinho dá vontade de sair correndo e implorar para que a pessoa amada volte, e em nenhum momento você aceita que agora vive uma realidade diferente, ou seja, isso vai te atrasando, faz com que você pare no tempo enquanto que as vezes a pessoa que você ama já está até se divertindo por aí sozinha ou até acompanhada e nem se lembra mais de você. Essa é a pessoa que dizia também amar você? Essa é a realidade do amor? Quanto tempo perdido!!!

A droga é assim também, causa alegria, euforia, poder e outras coisas no começo, mas no decorrer do tempo causa a dependência que só percebemos quando estamos no fundo do poço (quando reconhecemos que somos frágeis à ela como no amor) e aí surge o problema. E como sair do problema? Tratamento! É a única solução. No amor também chegamos a precisar de tratamento, terapia, já que precisamos entender porque as coisas não aconteceram da maneira planejada, e também para termos coragem de nos relacionarmos novamente sem medo.

É difícil aceitar o término de um relacionamento eis que o tempo nos faz acreditar que ter um relacionamento sólido é encarar as coisas sempre da mesma maneira, sem mudanças, nunca arriscando para não se arrepender. Afinal de contas, pra que mudar, se a rotina nos faz pensar que estamos seguros? (Esta aí um pensamento ilusório). Mas na verdade, de tanto termos medo do desconhecido e por não mudarmos de postura mesmo com o passar dos anos fazendo da nossa vida uma inércia, a própria vida nos mostrará como crescer (essa é a palavra certa), e para mudar ela arranca a pessoa que gostamos sem dó nem piedade para mostrar que estávamos errados (ou que namorávamos errado) para podermos continuar progredindo, ou seja, para não sofrermos no futuro?!. Mas e agora, eu estou feliz? Não, não estou nem um pouco feliz e por um único motivo: “EU QUERO A PESSOA QUE AMO AO MEU LADO EIS QUE É ELA QUE ESCOLHI PARA FICAR COMIGO PRO RESTO DA MINHA VIDA”.

Que mal há nisso? Escolher alguém para ficar conosco para sempre. Só quem passa por isso sabe o quanto dói, mas se pararmos pra pensar chegaremos à conclusão que todo mundo um dia passou por isso (quem dizer que nunca teve um amor não correspondido está mentindo!!). Então é necessário passar por isso para aprendermos a amar? Não sei! A única certeza é que daqui um tempo a gente esquece esse tal amor e depois nos perguntamos: E aquilo que eu sentia, era o quê? Amor? Paixâo? Então pra que sofrer se um dia tudo passa?

Fazendo uma comparação entre as doenças que afetam a alma (a droga e o amor), é certo enfatizar que a droga mata!! E o amor, mata também? Não, o amor não mata, com o decorrer do tempo a gente esquece o nosso amor mesmo que forçado, pessoas morrem e somos obrigados a esquecê-las e assim a vida segue normalmente como se nada tivesse acontecido, (no dia seguinte temos que acordar cedo da mesma maneira), é claro que sofremos, mas nunca morremos e se morrermos ainda seremos chamados de fracos e sem amor a si próprio. (Afinal, antes de gostarmos de alguém deveríamos gostar de nós mesmos primeiro, certo?).

Logo, chegamos à conclusão que a droga tanto existe como pode matar (no mínimo deixará seqüelas incontestáveis) e o amor não mata (mas deixa seqüelas) e por não matar não existe?!, pelo menos eu nunca vi ninguém morrer por amor, também nunca vi uma pessoa gostar da outra da mesma maneira, sempre um gosta mais do que o outro, ou seja, desde que o mundo é mundo não existe sintonia entre os amantes, logo, ou o amor não existe, ou as pessoas não aprenderam a amar em pleno século XXI.

Daniel
07/01/2004

3 comentários:

Marília PSH disse...

concordo e discordo com as coisas...

acho o ser humano mto exagerado... qndo qr, ele exagera, fala que ama, que idolatra, com o passar do tempo, a rotina e os escambal tudo muda, perde a graça, vem coisas novas para se interessar...
queria que ao amar todos entendessem que não é parar o mundo para o amor, mas continuar vivendo com o mundo para que assim o amor nunca acabe, não deixar amigos, família de lado, pois se alguem te ama terá que te amar e certeza que te ama do jeito que é.
Não sei ao certo se sei o que é amor de homem e mulher, mas o amor em si não machuca tanto... olha o amor de uma mãe por um filho por exemplo é o dos mais, senão o mais, lindo do universo.
Não tem como generalizar Danni, cada caso é um caso... acho que em relação a homens e mulheres hoje, vive-se mais de paixões e momentos... de entusiasmo e tesão... mas não de amor...
quanto às drogas, para mim tudo que vicia é ruim, tudo que é em exagero prejudica...

existem os fortes para tudo nessa vida, basta acreditar...

saudades de vc
Bjão

. Cáh . disse...

Amor existe mas é para aqueles que sabem amar.
Já disse uma vez e repito irracionalidade gera irracionalidade.
Alguns relacionamentos são desgastados e o amor acaba virando uma coisa chata e isso acontece por impulso, ciúmes,insegurança,falta de respeito e esses "namoros" acabam virando verdadeiras tragédias!!!
É preciso entender que não se pode ser egoísta, cada um tem a sua vida, seus amigos, seu espaço, seus momentos, saber respeitar isso acima de tudo.
Se você pensar dessa maneira,os ciúmes acabam, a insegurança acaba, assim como 90% das coisas que depredam e prejudicam um relacionamento.
A gente se preocupa tanto com bobagens,que destruímos nossos próprios castelos sem nem perceber....!!!!

Beijos ... !!!

Mayara Hopp disse...

Dani.. O amor e dor são tão parecidos que até os confundimos as vezes...

Segundo Nietzsche, "o amor se faz no eterno retorno, todo prazer retorna à dor."

Todo mundo que já se apaixonou sentiu dor, outros ainda estão felizes, mas o amanhã é o eterno retorno.

Ah! Não sou a melhor pessoa pra falar de amor! =/
hahaha

Bjão