quarta-feira, 28 de maio de 2008

LÍDERES, POETAS, MÚSICOS E PINTORES
Cada ser humano que habita o mundo é peculiar na sua forma e jeito de ser, mas existem grupos de pessoas parecidas que se unem ou dividem o mesmo propósito, as mesmas idéias. Continuam sendo peculiares em seu estilo de vida, mas em grupos com várias pessoas parecidas.
Existe um grupo muito confundido pela maioria das pessoas que é o grupo dos que tentam entender os males do mundo todo Santo dia. Esse grupo reflete sobre a existência do mundo; sobre aquilo que não se pode ver com os olhos mas se pode sentir e ouvir; sobre a vida após a morte ou sobre a não existência divina; dentre diversas outras coisas que eu poderia citar aqui e esse texto nunca iria acabar sem eu poder concluir minha idéia.

Esse grupo é confundido e julgado como se fossem pessoas excessivamente tristes, pessoas que só vivem de passado e nunca estão contentes com o presente. O que é uma mentira!!! Talvez esses seres humanos sejam até mais evoluidos do que aqueles que apenas estão enraizados aqui no plano terrestre, justamente por estarem preocupados com questões difíceis de lidar.

Cada um absorve os problemas do mundo da maneira que melhor lhe é compreendido, sendo assim, uns ignoram os mendigos nas ruas, as crianças vendendo balas nos semáforos, o uso excessivo de drogas, enquanto outros, mesmo sem as vezes achar uma solução para isso, pensam excessivamente nos porquês disso tudo, e na maioria das vezes escrevem sobre isso; pintam quadros sobre isso; fazem música sobre isso e fazem poesia sobre isso.

Não que necessariamente sejam pessoas tristes, mas sim que a tristeza chama a atenção dessas pessoas, justamente por ser um estado de espírito ruim. Um estado de espírito que leva a pessoa até o fundo do poço para que ela sinta o pior dos sentimentos. A tristeza excessiva!!! Ser feliz e absorver um momento de felicidade é fácil demais, difícil é tentar entender a tristeza, difícil é não ignorar a tristeza, absorvê-la, e tentar entendê-la, e crescer com isso. É o que eu faço. Para cada coisa ruim que acontece comigo eu procuro uma explicação e uma solução e quanto mais próxima for a pessoa que me causou a decepção mais difícil é lidar, mas eu tento, porque no final disso tudo o resultado é o amadurecimento.

Não fujam de suas tristezas, enfrentem-as e aprendam com elas. Ser nostálgico e melancólico é algo que faz parte de determinados seres humanos, mas não significa que sejam pessoas depressivas. Mesmo as pessoas mais leves e que saibam levar a vida mais na esportiva devem enfrentar qualquer estado de espírito de frente e sem medo.

O que seria da vida se não existessem pessoas assim, excessivamente tristes tentando decifrar o código da vida? Quem seriam nossos poetas? Ou alguém já viu um poeta 100% feliz? Não, não existe. Entendam que ser assim não é uma opção. É a parte de um todo.

No mínimo essas pessoas nos ajudam com nossas questões e indagações. Quem ainda não leu as sábias frases de Nietzsche e refletiu sobre elas comparando-as a algum momento de sua vida? Rimbaud, Lennon, Morrison, Luther King, Jesus Cristo, Leonardo Da Vinci, Renato Russo, Raul Seixas. Todos esses, poetas ou músicos, líderes ou pintores, de alguma maneira refletiram sobre aquilo que não se pode ver, sobre os males do mundo e deixaram muitas coisas interessantes e que servem como parâmetro para muitas pessoas viverem uma vida melhor. Arriscaram ser diferentes.

Não vejamos aquilo que não somos como defeito no próximo. Cada um é feliz à sua maneira. No fundo de cada ser há um sinal de se estamos sendo nós mesmos ou não. Não utilizem o que eu disse agora para se conformar com uma vida horrível e que não deve ser mudada, não é isso que quero dizer. Quero dizer que no dia que você tiver certeza de que é feliz sendo do jeito que é, você estará no caminho certo, porque é assim que você deveria ser. E cada ser humano que conviver perto de você te completará com suas diferenças. Ninguém é igual a ninguém e nem deve ser. Todos juntos somos um só.

DANIEL
28/05/2008

sábado, 24 de maio de 2008


AO FUNDO DO POÇO...

Por quanto tempo vou testar os meus limites tentando provar algo para quem? Qual o motivo disso tudo? O que é isso tudo? Apenas quero um sinal.
Já faz tempo que ando ultrapassando aquela linha imaginária que separa o certo do errado, o bom do ruim. Não que as pessoas não costumam fazer isso, e eu como todos já fiz também, mas ultimamente estou passando para o outro lado e não conseguindo voltar. Não estou conseguindo entender. E os sábios me julgam com certa surpresa.

A cada dia que passa eu acordo com a cabeça mais pesada, com a respiração mais ofegante e o coração batendo mais rápido.
Até quando eu vou precisar viver assim pra completar o meu dia? Pra fazer dele um dia mais feliz? Como retomar aquela vida de antigamente. Ou melhor, refazer a minha vida já que a vida de antigamente ficou no passado e de lá ela não sai mais.

Talvez eu tenha ficado para trás!!
Talvez eu tenha deixado meus olhos vivos perdidos em algum canto escuro de um passado que não foi feliz. Mas porquê dizer que algo não foi feliz se a vida é feita de escolhas e essas escolhas sempre trazem consequencias e amadurecimento?
Por quanto tempo eu vou lamentar aquilo que não tenho sendo que sempre tenho tudo?

Minhas escolhas têm sido erradas, disso eu já sei, mas como mudar o conceito que existe dentro de mim sobre relacionamentos, depois de quase 3 décadas sendo a mesma pessoa?
O mundo evolui mas não parece que eu evoluo junto com ele. Aliás, eu já fui menino prodígio, hoje não passo do comum, não que isso seja problema pra mim. As vezes é até melhor sair de perto do refletor que me elevava e fazia com que todos mandassem em mim, opinando sobre como o rapaz bom tem que ser feliz e não pode nunca errar. CANSEI.

O fundo do poço é a minha casa, lá eu me conservo original. O melhor vinho da casa. A melhor história de amor. O melhor álbum de todos os tempos. A melhor piada. A melhor risada. O melhor gesto de consideração. Eu tento ser a consideração em pessoa.

De lá eu vim e de lá não vou sair. Do mesmo jeito que eu entro com facilidade, uma hora eu saio, mas aquele sentimento de nostalgia, de melancolia está enraizado dentro de mim. Isso não é ser errado. Cada um absorve o mundo do jeito que entende ele melhor. E essa é a minha maneira de entende-lo.

Obs: Hoje é um dia que eu estou feliz!!! E muito@!$%¨&*)(*

terça-feira, 20 de maio de 2008


Sem palavras!!!

sexta-feira, 16 de maio de 2008


BALA COM ASAS DE BORBOLETA

O mundo é um vampiro, enviado pra sugar
Destruídores furtivos, te fazem enfrentar as chamas
E o quê que ganho, pela minha dor?
Desejos traídos, e as moedas do negócio
Apesar de saber – Acredito que continuarei
Neste meu frio e gelado velho trabalho

Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado
Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado
E alguem dirá que o que está perdido não se pode recuperar
Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado

Agora estou nu, nada mais que um animal
Mas dá pra você fingir, pra apenas mais um show?
E o que você prentende? Eu quero mudar
E o que você recebe
Por se sentir o mesmo?
Apesar de saber – Acredito que continuarei
Neste meu frio e gelado velho trabalho

Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado
Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado
E alguem dirá que o que está perdido não se pode recuperar
Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado

Diga-me que sou o único
Diga-me que não há outro alguem
Jesus era filho único
Diga-me que eu sou o escolhido
Jesus era filho único pra você

Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado
Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado
E alguem dirá que o que está perdido não se pode recuperar
Apesar da minha fúria sou apenas um rato engaiolado

E continuo a acreditar que não posso me recuperar
E continuo a acreditar que não posso me recuperar
E continuo a acreditar que não posso me recuperar
E continuo a acreditar que não posso me recuperar


http://www.youtube.com/watch?v=dxNX_PRqhCQ

Smashing Pumpkins

terça-feira, 13 de maio de 2008

CEMITÉRIO DOS INOCENTES

Aqui jaz mais uma criança inocente
Nunca viu roupas limpas, nunca soube o que é higiene
Os pais nem podemos considerar como parentes
Talvez nem como gentes

Aqui no mundo dos maus só morre gente de bem
Bem, pelo menos é o que dizem pra gente
Gente que segue uma vida infeliz
Gente que segue uma vida indecente

Aqui na cidade dos inocentes
Há diversas estórias de terror
Sobre homens que comem criancinhas
Sobre mulheres que morrem sem um único amor

Amor? Que amor pode existir nesse lugar?
Se não há compaixão, nem lugar para respirar?
Se não há eleição?
Muito menos governante para governar?

Alguns dizem até que é a morada do Anjo que caiu do céu
Aquele que enfrentou o "Todo Poderoso" numa batalha que apenas "um" venceria
Esse mesmo. Na verdade Deus não venceu
Deus apenas o expulsou do céu e ele não morreu
Provavelmente está disfarçado em algum lugar por aí
No meio do breu

Esse Anjo foi parar na cidade dos inocentes e fez da vida dos homens que ali viviam em paz um inferno
Destruindo a vontade de viver dessas pessoas deixando-as inertes
Matando de forma brutal suas crianças
Estuprando até a morte suas mulheres

Na vila do terror
Você encontra restos mortais pelas ruas
No canto das calçadas
Na porta de qualquer espelunca

Essa mesma carne perto das calçadas
Chega a ser alimento para os animais
Cães, corvos e crianças esfomeadas
Disputam para ver quem come mais

Os homens parecem loucos sob efeito de alguma droga
Praticam atos de bruxaria em plena luz do dia
Enquanto as mulheres e as crianças são as maiores vítimas
Vítimas de uma força do mal, vítimas de bruxaria

Segundo as línguas daqueles que estão isentos a isso
Só os fracos ficam sob esse feitiço
Por não terem o controle emocional adequado
Por não terem paz de espírito

Alegam ainda que tudo isso pode ser um sonho hipnótico causado por Deus
Experimentado apenas por aqueles que estão em dívida com o plano superior por terem sido ruins em outras vidas
E que o Demônio nada mais é do que a punição do Senhor sob a cabeça dos pecadores
Sob a vida dos pecadores

A cidade dos inocentes jamais existiu
Ela existe como milhares de cidades no mundo
Onde o homem destrói o que constrói
E se depara depois com o sofrimento que ele mesmo construiu

Quase todos os dias eu invento uma cidade dos inocentes
Sempre que me jogo para baixo, ou sempre que dou com a língua nos dentes
Esse estado de medo com certeza é algo produzido pela mente
E desde que você seja um eterno inocente você não precisará morrer e acabar no cemitério dos inocentes.


Daniel Bedotti Serra
07/02/2008

domingo, 11 de maio de 2008


O CORVO

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
“É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais.”
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará jamais.
E o rumor triste, vago, brando,
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,
Levantei-me de pronto e:
“Com efeito(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais.”
Minhalma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo e desta sorte
Falo: “Imploro de vós - ou senhor ou senhora -
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso,
Já cochilava, e tão de manso e manso
Batestes, não fui logo prestemente,
Certificar-me que aí estais.”
Disse: a porta escancaro, acho a noite somente,
Somente a noite, e nada mais.
Com longo olhar escruto a sombra,
Que me amedronta, que me assombra,
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta:
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais.
Entro co'a alma incendiada.
Logo depois outra pancada
Soa um pouco mais tarde; eu, voltando-me a ela:
“Seguramente, há na janela
Alguma coisa que sussurra. Abramos.
Ela, fora o temor, eia, vejamos
A explicação do caso misterioso
Dessas duas pancadas tais.
Devolvamos a paz ao coração medroso.
Obra do vento e nada mais.”
Abro a janela e, de repente,
Vejo tumultuosamente
Um nobre Corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
De um lord ou de uma lady.
E pronto e reto
Movendo no ar as suas negras alas.
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;
Trepado fica, e nada mais.
Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gesto severo - o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: “Ó tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais:
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
Vendo que o pássaro entendia
A pergunta que lhe eu fazia,
Fico atônito, embora a resposta que dera
Dificilmente lha entendera.
Na verdade, jamais homem há visto
Coisa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta,
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta e dizer em resposta
Que este é o seu nome: “Nunca mais.”
No entanto, o Corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: “Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora.”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
“Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
Que ele trouxe da convivência
De algum mestre infeliz e acabrunhado
Que o implacável destino há castigado
Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
Que dos seus cantos usuais
Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
Esse estribilho: “Nunca mais.”
Segunda vez, nesse momento,
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao Corvo magro e rudo;
E mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera
Achar procuro a lúgubre quimera.
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: “Nunca mais.”
Assim, posto, devaneando,
Meditando, conjecturando,
Não lhe falava mais; mas se lhe não falava,
Sentia o olhar que me abrasava,
Conjecturando fui, tranqüilo, a gosto,
Com a cabeça no macio encosto,
Onde os raios da lâmpada caiam,
Onde as tranças angelicais
De outra cabeça outrora ali se desparziam,
E agora não se esparzem mais.
Supus então que o ar, mais denso,
Todo se enchia de um incenso.
Obra de serafins que, pelo chão roçando
Do quarto, estavam meneando
Um ligeiro turíbulo invisível;
E eu exclamei então: “Um Deus sensível
Manda repouso à dor que te devora
Destas saudades imortais.
Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora.”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
“Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
Onde reside o mal eterno,
Ou simplesmente náufrago escapado
Venhas do temporal que te há lançado
Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
Tem os seus lares triunfais,
Dize-me: “Existe acaso um bálsamo no mundo?”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
“Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!
Por esse céu que além se estende,
Pelo Deus que ambos adoramos, fala,
Dize a esta alma se é dado inda escutá-la
No Éden celeste a virgem que ela chora
Nestes retiros sepulcrais.
Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
“Ave ou demônio que negrejas!
Profeta, ou o que quer que sejas!
Cessa, ai, cessa!, clamei, levantando-me, cessa!
Regressa ao temporal, regressa
À tua noite, deixa-me comigo.
Vai-te, não fica no meu casto abrigo
Pluma que lembre essa mentira tua,
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua.”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
E o Corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais!

Edgar Allan Poe
Tradução de Machado de Assis
1883

sexta-feira, 9 de maio de 2008


INDIFERENÇA E OMISSÃO

Eu tô cansado de enxergar as mesmas coisas e não poder mudar
A tua falta de bom senso e a nossa ignorância vai nos acabar
Mesmo que eu me esforce eu não sei como fazer
E mesmo que eu discorde eu não sei o que dizer
Só sei que vou perder
Com a nossa omissão

Há crianças que ainda sofrem indiferença. Esse é o futuro da nação?
Existe “mutreta” mesmo dentro das igrejas. Quem respeita sua religião?
Há idosos no INSS por uma senha a esperar
Há pessoas na fila do hospital da prefeitura a chorar
Eu sei que vou penar
Com a nossa própria omissão

Refrão

Mostraremos nossa cara pra eles verem quem é quem
Lutaremos por uma causa que beneficie mais alguém
Essa mudança não é simples do dia pra noite não vai mudar
Se for preciso pintaremos a cara pra mais um Presidente derrubar
Depois subiremos no topo e com a máfia iremos acabar
Destruiremos imunidades para alguns políticos enfraquejar
Mudaremos alguns conceitos para começar uma nova criação
E dessa forma teremos uma legal e justa nação

Daniel Bedotti Serra
23/12/2004

quarta-feira, 7 de maio de 2008

CARTA AOS MISSIONÁRIOS

Missionários de um mundo pagão
Proliferando ódio e destruição
E nos quatro cantos da terra
A morte, a discórdia, a ganância e a guerra... e a guerra.

Missionários e missões suicidas
Crianças matando crianças inimigas
Generais de todas as nações, fardas bonitas, condecorações
Documentam na nossa história
O seu rastro sujo de sangue e glória.

Vindo de todas as partes, indo pra lugar algum
Assim caminha a raça humana, se devorando um a um
Gritei para o horizonte, e ele não me respondeu
E então fechei os olhos, sua voz
Assim me bateu.

Uns e Outros

http://www.youtube.com/watch?v=MHdUHOR4odY

terça-feira, 6 de maio de 2008

MEU ENCONTRO COM DEUS

Todos os dias, em todas as horas do dia, em qualquer minuto de uma hora, em qualquer segundo de um minuto têm alguém se encontrando com Deus. Cada um da sua maneira, forçado ou por vontade própria, de maneira consciente ou inconsciente, com a consciência tranquila ou pesada, alguém sempre está indo ao seu encontro, a todo momento.

Podemos encontrar Deus através da religião, pena que algumas pessoas na busca pela fé acabam encontrando o demônio, virando seu servo e escravo, endividando-se com 10% a menos do seu salário suado ao mês. Isso não é Deus, por isso disse que só pode ser o demônio passando-se por ele. Usar o nome de Deus para ganhar dinheiro?! Isso é inadmissível! Mas acontece! E como acontece! Aliás o que não falta nesse mundo são falsos profetas, falsos pregadores, falsas pesssoas, falsos “isso”, falsos “aquilo” e por aí vai.

Pagaria caro para ver o encontro de Edir Macedo com Deus, o maior falso pregador que já vi desde que nasci, aproveita-se da fé dos mais fracos, daqueles que não têm nada e que realmente precisam de Deus pra sobreviver todos os dias. Pra muitos a fé é uma muleta pra que se possa continuar vivo.

Luiz Inácio Lula da Silva é outro falso “messias”, este quando teve oportunidade de fazer o que pregava, fez o contrário. Quantas pessoas viram a esperança nele? E o que ele fez? Nada de diferente daqueles que ele tanto era contra. Parece até que fez de propósito, moldou uma imagem durante 20 anos apenas para chegar ao poder, depois mostrou quem realmente é e fez o que de fato queria, desfrutar da sua ambição pelo poder recém-conquistado atacando merda na cara dos seus fiéis seguidores.

Ainda nesse sentido faria o que fosse possível para ver o encontro de Deus com Hitler, Mussolini, George W. Bush, Paulo Maluf, Gandhi, John Lennon, Chico Mendes, Ayrton Senna, Charles Chaplin, Leonardo da Vinci e Jesus Cristo. Esses seriam alguns dos maiores julgamentos da história. Ver Deus olhando pra cada um de seus filhos e dando sua sentença, analisando o que cada um fez certo ou errado na sua chance de mostrar algo, em vida, ou seja, no seu momento de provação, não tem preço.

Não podemos nos esquecer que também fazemos parte dessa lista. Um dia nossa vez chegará.

Outra maneira de encontrar-se com Deus é estar junto a natureza. Há lugares maravilhosos pelo mundo. Quem poderia ter criado tudo isso a não ser Deus? Talvez por isso que Dalai Lama recomenda que se faça pelo menos uma viagem ao ano para algum lugar diferente. Para encontrar-se com Deus?! Provavelmente sim.

Além da natureza temos os animais para completá-la e deixá-la ainda mais bela. Cada um com sua função no meio ambiente, e o fazem de forma honrosa. São tão inteligentes quanto o homem parece ser, mas provavelmente são mais puros que o homem, o animal é irracional mas não se corrompe, sua natureza não permite isso.

O homem é tão primitivo que mesmo achando a natureza e os animais uma dádiva de Deus, os destrói de maneira impulsiva e consciente, o que é pior. Destrói suas próprias necessidades pra continuar vivo. Quanta burrice!

Podemos também nos encontrarmos com Deus quando dormimos. Assim que pegamos no sono nosso espírito sai do corpo e viaja pelo mundo espiritual. Lá, ele encontra familiares, pessoas conhecidas ou não que já se foram, relembra outras vidas e encontra-se com Deus, com aquilo que acordado chamamos de subconsciente. Lá é o verdadeiro lugar do espírito, se lhe fosse permitido ele não voltaria ao corpo, mas ele têm que voltar porquê está ligado a nossa matéria enquanto estamos encarnados. A maior prova disso são nossos sonhos.

Também temos maneiras ruins e inesperadas de nos encontrarmos com Deus. Todos os dias pessoas são assassinadas, sofrem acidentes, morrem de doenças sem cura. Cada um terá o seu próprio encontro com o Criador, não importa o número de pessoas que existam na Terra. Cada um terá seu próprio julgamento e uma sentença.

Como citei acima, em vida cada um tem uma maneira única de comunicar-se com Deus. Seja através da religião, da natureza, dos sonhos ou seja lá como for, o que importa é procurá-lo não só nos momentos ruins, mas nos momentos bons também. Devemos compartilhar os bons momentos com Deus.

Minha maneira de encontrá-lo todos os dias é através da música. A música eleva o espírito, engrandece o espírito e o leva de encontro a Deus. Fazer uma música é divino. Tocar uma música é um dom. Tocar um acorde é crescimento. Tocar uma nota é curiosidade. Com a música se chega a perfeição e com a perfeição se chega até Deus.

Sei que um dia terei meu desencarne e chegarei até ele de outra maneira. Serei julgado como todos devem ser, pela Lei de Deus, por isso procuro fazer as coisas da maneira certa, e quando erro, procuro corrigir meus erros para além de aprender com ele, reparar o mal causado a outrem.

Você já pensou no seu encontro com Deus?
Daniel Bedotti Serra
11/01/2007

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O VENTO, A MARÉ E O MEU ALIADO

Hoje o vento sopra contra a direção em que me encontro. Bate no meu peito como a rajada de metralhadora do inimigo e tenta me jogar para trás. Mas por enquanto estou estático, parado, lutando apenas para não retroceder. As dúvidas que surgem me deixam frágeis ao ponto de eu perder tudo o que tenho. Quando me sinto inseguro eu ataco como um animal acuado. Essa é a minha maneira errada de lidar com esse mal existencial. Mas não desisto porque sei que tudo tem uma razão e o vento que bate contra meu peito quer me ensinar algo.

Quanto mais eu penso descubro que sou o meu maior inimigo, porque sou capaz de, sozinho, destruir as coisas que estão ao meu redor. Nós que perdemos as coisas, as oportunidades, as pessoas. Se todos cuidassem apenas de si mesmo, sem preocupar-se com o que os outros estão fazendo, seria tudo mais fácil e prático. Cada um fazendo sua parte o resultado é que tudo ficaria bem entre tudo e todos. Isso não é engraçado?!

Hoje eu nado contra uma corrente, a corrente de opiniões. As opiniões gratuitas podem vir tanto para o bem quanto para o mal. E eu tenho um monte de babás. Não acho necessariamente que isso seja ruim, mas uma opinião pode destruir muitas coisas quando você está psicologicamente preparado para enfrentar uma guerra. E eu me preparei para isso. A guerra psicológica é pior do que a guerra armada, porque você ataca sem atacar. Você se defende sem ser atacado. Você tem que ser observador e não dormir no ponto. E eu sei o que estou fazendo.

A única coisa que posso concordar com essa corrente é que eu não pedi para estar ali vivendo aquela guerra, mas optei por brigar por ela já que, um dia, acordei no meio daquilo tudo. E espero sinceramente que o meu maior aliado não me deixe na mão depois das desconfianças que aconteceram entre a gente.

Meu aliado já lutou comigo durante anos lado a lado, cada um ajudando no combate diário um do outro, nada em conjunto, assim como Che e Fidel, até que um dia nosso objetivo tornou-se o mesmo e por incrível que pareça, o que parecia que seria fácil pelo fato de nos conhecermos bem, tornou-se difícil porque a situação em que nos encontrávamos era outra. Nesse momento estávamos lutando por algo em comum e tudo ficou mais difícil. Os desentendimentos ocorreram e do dia para a noite duvidei do meu aliado e cortei relações.

Mas a guerra diária continuou e percebemos que juntos somos mais fortes. Unidos podemos seguir em frente. Basta ter respeito pelo ser humano que cada um é. Basta ter respeito pela história que cada um criou desde que nasceu. Por tudo aquilo que conquistaram. Pelo o que cada um aprendeu com os erros. E eu não vou desistir de lutar com você.

Daniel Bedotti Serra
05/05/2008