segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


SOLAR DO MUNDO

Em quatro dias passei pela minha São Paulo chuvosa, meu Guarujá do coração e de praticamente todas as minhas férias, Cambury no litoral norte da minha cidade com minha recente família e pelo Rio de Janeiro à trabalho.

Em poucos dias senti como se fosse um pouco de cada cidadão dos diversos Brasis. Pessoas e outras tantas pessoas. Cada um do seu jeito. Cada um com o seu jeito de ganhar seu ganha pão. Desde o flanelinha de Cambury que é mais educado do que os de São Paulo, até o taxista carioca que na verdade é paulista e viveu praticamente toda sua vida no bairro da Vila Mariana, bairro muito frequentado por mim.

O centro do Rio de Janeiro continua lindo. Tão lindo quanto o de São Paulo, mas eu não conhecia. Nem por fotos. E adorei. Aliás, adoraria tomar uma cerveja bem gelada numa tarde bem gostosa naquele lugar. Me senti à vontade.

Um dia eu volto a todos estes lugares.

DANIEL BEDOTTI SERRA

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


FLOR DE LÓTUS

Ela me afronta!!
Não a flor, mas aquela mulher de cabelos castanhos claros escorregados em cima de seus ombros.
Um vestido preto e uma presilha acima da cabeça deixando sua visão livre para me enxergar. 
Eu resmugava também.
Não gostava de suas lamúrias desnecessárias e sem razão.
Mesmo assim ela me afrontava, sem sair de perto de mim.
Me olhando de cima, eu sentado, ela de pé ao lado do jardim.
E como se fosse uma proteção, um escudo, ela usava a seguinte frase repetida diversas vezes no meio da discussão em minha direção:
Flor de Lótus
Flor de Lótus
Flor de Lótus
De cada cinco palavras em forma de reclamação, três eram: Flor de Lótus.
Acordei assustado.
Com medo de ir ao banheiro e no caminho encontrar a mulher resmungona dizendo as mesmas palavras.
O que me colocava medo não era ela, mas, sim, os dizeres: Flor de Lótus.
No dia seguinte procurei o significado dessa flor que eu acho que não conhecia até então e fiquei abismado.
"Evolução espiritual" - É um de seus significados.
Flor de Lótus.

DANIEL BEDOTTI SERRA 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ABRAÇO SALVADOR

Por mais que passemos por caminhos tortuosos, cheio de surpresas desagradáveis, perdendo a esperança a cada pedra arremessada em nossa direção, percebemos que nunca estamos sós no caminho do bem e que amigos sempre aparecem para ajudar a destravar aquela porta que não queria mais abrir. E quanto a porta se abre, uma luz forte e cheia de vida irradia em nosso corpo, iluminando a nossa alma, abrindo os nossos olhos, derretendo o gelo causado pela dor da vida.

DANIEL BEDOTTI SERRA 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O SOM DO SILÊNCIO

Calado
Ao som do silêncio
Enfrentando um interno tormento
Pensando que a vida é feita de momentos e outros momentos

Refém do meu dia anterior
Esperando pelo sucessor
Em pleno verão, um inverno
Em pleno inverno, meu aposento

Mudo como o tempo
Muda com o vento
Mudo como o vento
Muda com o tempo

DANIEL BEDOTTI SERRA

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

PEDRAS QUE ROLAM

Sai cedo de casa e logo na primeira esquina tropecei. Não cheguei a cair, nem a me machucar, mas fiquei um pouco mais esperto. Foi um sinal de que as coisas fora de casa não são tão simples. 

Passando por esse primeiro susto, segui meu caminho ao meu destino e, por total falta de atenção, não vi um barranco e cai ladeira abaixo. Rolei como uma verdadeira pedra rolante, até desembocar em um esgoto nojento e fétido. Essa doeu!! E como doeu. Aprendi o quê? Não sei, nem sempre sabemos o que aprender com tudo o que acontece conosco. Muitas vezes, apenas aprendemos quando mais velhos a lição do passado.

Segui meu caminho e fui caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... caindo... como uma pedra rolante. Como pedras que rolam.

A vida ensina do jeito mais perverso, porém, do jeito mais eficaz.

DANIEL BEDOTTI SERRA  

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011


TERÇA-FEIRA DE RUBY
(RUBY TUESDAY)

Ela nunca diria de onde veio
E ontem não importa se foi
Enquanto o sol é luminoso
Ou na noite mais escura
Ninguém sabe
Ela vem e vai

Adeus, terça-feira de ruby
Quem poderia pendurar um nome em você?
Quando você muda como todo dia novo
Eu ainda sinto falta de você...

Não questione por que ela precisa ser tão livre
Ela lhe falará que é o único modo para ser
Ela há pouco não pode ser encadeada
Para uma vida onde nada é ganho
E nada é perdido a tal um custo

Adeus, terça-feira de ruby
Quem poderia pendurar um nome em você?
Quando você muda como todo dia novo
Eu ainda sinto falta de você...

Não há tempo a perder, eu a ouvi dizer
Agarre seus sonhos antes que eles se mandem
Morrendo todo o tempo
Perca seus sonhos e você perderá a sua cabeça
A vida não é indelicada?

Adeus, terça-feira de ruby
Quem poderia pendurar um nome em você?
Quando você muda como todo dia novo
Eu ainda sinto falta de você...

MICK JAGGER / KEITH RICHARDS

Essa música foi composta inspirada na relação de Keith com Linda Keith - a moça da foto com Hendrix. Segundo Keith, em sua autobiografia "Vida", ela foi a sua primeira paixão.
Quanta inspiração, porque é uma das músicas mais belas que já ouvi em toda minha vida.

DANIEL BEDOTTI SERRA

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

DESTILANDO VENENO

Eu respeito cada decisão que a vida me atravessa pela garganta. Sei que não sou completamente dono da minha vida e nem da verdade, apesar de tê-la caminhando ao meu lado, porque eu tenho caráter. Mas essa falta de dominância, tem como consequência o nascimento do rebelde que existe dentro de mim. Ou melhor, do demônio, e diante de tais circunstâncias eu compro veneno no lugar mais sujo que eu possa encontrar para destilar o que eu não tenho por nascença.

Não nasci mudo e, tão pouco, um dia serei. Tenho voz para me defender. E o farei.
A partir de agora, haverão duas verdades. Haverão duas versões. Mas, como bom advogado que sou, eu abro a boca somente com provas.

Essa é a diferença!!! 

DANIEL BEDOTTI SERRA