quarta-feira, 9 de abril de 2008


Das pessoas que se foram, essa é a mais importante e mais marcante na minha história. Convivemos juntos desde o meu nascimento até a sua ida em 30 de dezembro de 2004. Até hoje sentimos sua presença dentro de casa, nas reuniões familiares, nos jogos do Palmeiras. Sua voz e seu jeito eram tão marcantes que até da sua voz me lembro perfeitamente. Basta eu imaginar e eu consigo ouví-lo falando comigo.

Hoje eu entendo perfeitamente que aquela era sua hora, mas num primeiro momento foi muito difícil olhar na cama ao lado e não vê-lo mais lá. Não vê-lo me xingando sempre que o Palmeiras perdia algum jogo. Não vê-lo indignado com a política dizendo que queria ter uma metralhadora pra matar um por um. Não vê-lo pra ouví-lo contar as suas diversas histórias sobre os índios, dentre tantas outras coisas.

Obrigado pela família que o Senhor me deu. Pela mãe e pelos tios e consequentemente os primos e meu irmão.

Nós amamos você José Bedotti!!!


MEU QUERIDO ZÉ
Por onde tu andas meu querido Zé?
Debaixo dos braços do Senhor?
Em casa, tu deixastes teus pertences
E durante um tempo um pouco de sua dor.

No café da manhã sinto sua falta
Na hora do almoço falta um prato na mesa
De tarde sua cama está vazia
Mas de noite sua alma nos corteja

Você saiu sem ao menos poder se despedir
Talvez seja esse o meu motivo de mágoa
Não poder agradecer por tudo antes de você partir
Mas dizer que, um dia, essa saudade a gente mata

Você morreu para viver eternamente
Em alguma das moradas do Senhor
Caminhando com os pássaros livremente
E isso alivia minha dor

Hoje sabemos que estais bem melhor
Caminhando pela luz e buscando a sua merecida paz
Jamais esquecerei do nosso último encontro
Onde você me recebeu dizendo: “Você por aqui, rapaz?”

Ainda vejo seus olhos azuis quando me olho no espelho
Fico imaginando você passeando pelas "Palmeiras" em outra dimensão
Torço pra que um dia todos nós nos encontremos
Em algum Natal no meio do século XXI, em uma nova reunião.

Meu querido Zé, agora é hora de se despedir
Eu vou para os meus afazeres e você faça os seus por aí
Quem sabe essa noite eu não tenha uma nova visão?
E possa, de novo, receber a sua bênção

Jesus, eu lhe entrego meu Avô
Nunca o deixe sozinho, ele não merece sentir dor
Olhe por sua alma e ilumine seu caminho
E assim eu vou embora, despreocupado e tranquilo.


Daniel Bedotti Serra
06/02/2007

8 comentários:

. Cáh . disse...

Muito bonito isso dani que vc escreveu...!!!
Morro de saudades do meu Vô!
Nhaiiiii...!!!
UM beijOOOOOOOOOOOOOO xuxuzinhO!

Anônimo disse...

não preciso nem comentar o carinho que seu avô tinha por mim... lembro do meu pai falando que havia chegado a jogar bola com ele, o Pequeno.
é engraçado a relação de carinho que tenho por sua familia, sei q dentro da sua casa não sou tratado como um simples amigo do Daniel.
e com seu avô não era diferente, como nunca fui muito de jogar bola, me lembro várias vezes que enquanto vocês jogavam, eu ficava enchendo o saco dele sentado no mesmo banco de sempre.

não esqueço também da música que eu fiz pra ele, e que nunca chegamos a tocar, né seu filho da puta!

abraxxx.

Mayara Hopp disse...

Ah Daniiiiii! hauahua
vc viu ele essa noite?

gostei! =]

beijos

Anônimo disse...

ah que bonitinho..
sabe eu gosto qndo vejo o amor q se tem pelos avós.. e sinto que eu poderia ser uma neta melhor.. mas acredito q pela distancia que sempre tive deles.. agora ta meio tarde pra recuperar.. sei la..
mas acho LINDO amor vovolino!!!!!

beijo danieeel

Anônimo disse...

As histórias dos índios... lembro daquela viagem pra um sítio, tínhamos uns 10 anos de idade. Ele dormiu no quarto com a molecada e começou a contar essas histórias, batendo com a mão na madeira da cama pra assustar a gente, mto foda.

Encontrava com ele todo dia de manhã muito cedo, não tinha 1 vez que ele não me parava pra falar mal do Corinthians ahaha

Meu pai sempre lembra dele, da falta da sopa de Capeleti que ele fazia todo natal, nunca deixava de chamar meu pai pra comer. E os periquitos que deu pra ele tão vivos ainda?

Tanto tempo de convivência acho que todo mundo tinha o Seu Zé como um avô, muito espirituoso por sinal.

Foi um privilégio ter compartilhado tantas festas e tantas coisas boas com ele. E ainda tive sorte de ter um avô tão genial quanto ele. Lembra dele tb né careca?

Porra, saudade dá um aperto no peito do caralho..

Falow

DENNIS

Marília PSH disse...

os ZÉS... meu avô materno também era Zé...
sempre especiais...
que avô que não é?

bom é poder guardar a lembrança e ainda poder ouvir a voz, sabe exatamente o que ele diria nas situações...
tenha sempre ele com vc...
bjão Dani

. Cáh . disse...

Daniiiiiiiiiiiiiiiiiiii

:(

AMO AMO AMO VOCÊ !!!!

Anônimo disse...

aahh seu Zé...
sinto falta de vê-lo caminhando
pelo prédio..
sempre me pegava p conversar.. ou p reclamar de alguma coisa! hahaa
lembro nos dias de jogo ele passava pela janela do quarto "como quem não quer nada" e perguntava "sabe quanto tá o jogo?" A gente nem tava assistindo mas colocava só p ele ver um pouquinho (se sua mãe sabe disso...haha)
Ficava olhando minha irmã atravessar a passarela de manhãzinha indo pro estágio como que tomando conta... só ele mesmo!
Ele gostava dos meus cabelos ruivos...

"A sua ausência nos causa profunda tristeza, mas relembrar as alegrias que você gerou entre nós é como se você aqui estivesse presente."

Beijosss