quarta-feira, 29 de junho de 2011


MORTE DO SACI

Ontem eu acordei, o mundo dormiu
Então quando eu dormi, ele amanheceu
Quando eu bebi, ele comeu
Quando eu comi, ele bebeu

E ao invés de chorar eu sorri
E depois de sorrir eu cansei
Ao sentar eu deitei
E ao dormir, acordei

Um ruído me fez estremecer
De tanto medo adoeci
Minha cabeça com um cobertor eu cobri
E descobri, porque depois dos 7 não se tem mais medo de saci

Assim, eu dormi
Amanheci atrasado
Sai correndo pela casa
E no sofá o saci estava deitado

Como não tinha tempo a perder
Peguei a faca de passar manteiga no pão e cortei a única perna do saci
Pois, assim, eu poderia sair, e ele não poderia fugir

E eu queria fazer umas perguntas quando voltasse do trabalho
Mas, quando cheguei
Tive uma triste surpresa
O saci havia se matado

DANIEL BEDOTTI SERRA 

7 comentários:

chica disse...

Nossa, que vigem,heim? Ficou lindo e coitado do saci!rsrs Perdemos a imaginação depois dos 7? Acho que não,heim? Olha só o que fizeste! abraços,tudo de bom,chica

silvioafonso disse...

.


Desculpe a minha ignorância,
poeta. Mas quando falou que
tomou à mão uma faca de passar
manteiga eu pensei que você
fosse passar o saci no pão...

silvioafonso





.

Daniel disse...

Muito boa Silvio.
Se eu tivesse pensado nisso enquanto fazia a postagem, com toda certeza teria ficado diferente.

Daniel

GarçaReal disse...

Muito interessante...Apesar de o Saci ter ficado sem a perna.
Cheguei a pensar que ias comê-lo no pão.... ;)

bjgrande do Lago

Mônica disse...

Daniel
Sua filhota vai adorar as cantigas que vai fazer para ela conhecer o nosso folclore.
Ri até.
E como sempre gosto muito de seus comentarios
com carinho MOnica

Maria Luisa Adães disse...

Senti um arrepio! Triste, duro, cruel, como a vida de Saci...

Tudo isso nos mostra a miséria da vida, ou me engano?...

Maria luísa

Ana Claudia Piffer disse...

Daniel, maravilhoso escrito!
E é verdade que aos sete anos perdemos um pouco dessas fantasias e medo. Ainda mais hoje em dia que esta tudo tão precoce. E mesmo que cortemos as pernas dele, para que não fuja, os afazeres e a correria cotidiana acaba por matá-lo. Mas os sonhos jamais.
Me diverti te lendo!
Beijos