quinta-feira, 2 de outubro de 2008


O MONGE FALASTRÃO

De tempos em tempos surge um ser especial que é enviado à Terra para deixar uma mensagem de esperança e de paz. O mundo sempre precisou disso, é ilusão pensar que hoje o mundo é pior do que em outros tempos. A caridade nasceu a partir de Deus, não é invenção do homem, e como somos sua semelhança, temos como obrigação ajudar ao próximo e aliviar a dor daqueles que a sofrem quase que diariamente.

Assim como Deus assistiu a tudo, existe um monge que acha que assistiu a tudo também, mesmo que a maior parte desse tempo ele tenha meditado. Podemos fazer um cálculo simples para entender que o ser humano passa um terço de sua vida dormindo e se somarmos isso ao fato de que um monge pode passar até quatro horas meditando ao dia, ele não viu quase nada. É um verdadeiro falastrão.

Em seus relatos escritos o mesmo descreve a sensação de ver os leprosos sendo abandonados dentro das Igrejas em tempos passados para que morressem ao lado de Deus. Era um costume daquela época fazer isso com as pessoas que infelizmente morriam com essa doença.

Afirmou que Jesus nunca foi traído por Judas, mas sim, cometeu suicídio ao se entregar para ser crucificado já que era a sua missão aqui na Terra morrer para alertar toda humanidade. Sendo assim, ele questiona como a Igreja pode condenar os suicidas se Jesus foi um deles. Jesus suicída?! Será?! Igreja?! O que ela prega de bom?!

A humanidade para ele nunca representou nada além de um estado de espírito em constante conflito onde o ser humano alterna momentos de lucidez de uma vida real que é pouco vivida, com a alienação dos momentos onde nada se vê e nada se entende. Para ele o ser humano vive 99% do tempo fora do seu estado de espírito normal. Como se fosse um fantoche que é controlado por duas forças, a do bem e a do mal, e no seu entendimento a do mal sempre prevalece sobre a força do bem, e ainda explica sua tese no sentido de que se isso não fosse verdade o mundo não veria todos os dias tantas catástrofes e coisas ruins acontecendo por aqui.

Monge Wang


Daniel Bedotti Serra
07/05/2008

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