sexta-feira, 4 de abril de 2008


O ROCK E EU

Sempre tive uma relação 100% intimista com esse estilo de música chamado Rock n’ Roll. Desde meu nascimento até os presentes dias vivenciei diversas coisas importantes criadas pela música e como consequência, todas as alterações que ela produziu na sociedade, assim como no comportamente de uma determinada parcela da sociedade, especialmente os jovens, sendo no seu modo de se vestir, sendo no seu estilo de vida.

Com apenas um ano e pouco de vida presenciei a morte do Beatle John Lennon, que com cinco tiros desferidos por um psicopata acabou morto, matando junto todo o sonho de uma geração, inclusive com o meu mais tarde, que era ver os Beatles reunidos novamente.

Desse ponto de partida até o seguinte levaram-se alguns anos, quando em 1989 eu ouvi pela primeira vez o álbum “Cabeça Dinossauro” dos Titãs. Esse álbum mudou minha vida aos 10 anos de idade e a partir dali eu nunca mais seria o mesmo.

No ano seguinte, o momento mágico e tão esperado na vida de quase todo brasileiro aconteceria. Paul McCartney confirmava um show no estádio do Maracanã. Bom, resumindo porque minha vida junto ao Rock é extensa, foi a partir dessa vinda do ex-beatle ao Brasil que começou minha paixão pelos Beatles. Eu não fui ao show, mas naquele momento soube quase tudo sobre eles.

O passo seguinte seria aprender a tocar guitarra e montar uma banda. Eu queria ser que nem os Beatles. Assim surgiu o meu interesse pela música.

O início da década de noventa foi simplesmente sublime na minha formação como ser humano e como músico, compositor, ouvinte, seja lá mais o que se encaixar aí. A partir desse momento eu presenciei diversas mudanças culturais por causa da música, vi alguns movimentos surgirem, vi artistas nascerem e morrerem, como resumirei a seguir.

Eu vi o lançamento do álbum Nevermind do Nirvana em setembro de 1991 com a potente e diferente ‘Smells like teen spirit’. E com ela surgia o movimento grunge, movimento esse que trouxe quatro das maiores bandas já vistas desde o nascimento do Rock. São elas: Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden e o próprio Nirvana.

Em 10 de dezembro de 1992 assisti ao show do Guns n’ Roses no estacionamento do Anhembi, debaixo de uma forte chuva que na minha opinião apenas deixou o show melhor. Essa foi uma das melhores performances ao vivo já assistidas por mim.

Em janeiro de 1993 assisti no estádio do Morumbi o Hollywood Rock, e nesse dia tocaram como bandas principais: Red Hot Chilli Peppers e Alice in Chains. Na minha opinião o Alice in Chains foi o melhor show da noite.
Dia primeiro de maio foi a vez de ver o Metallica no estádio do Parque Antártica. Tocaram tudo e mais um pouco da carreira extensa deles. Uma pena que hoje eles agonizam. Se fossem espertos lembrariam da famosa frase de Kurt Cobain na sua carta de despedida: “É melhor queimar do que evanescer”.

Em 03 de dezembro do mesmo ano, tive o prazer de ver o Sir Paul McCartney no estádio do Pacaembu. Foi o show mais mágico e lindo que vi na minha vida. Ele com seus 51 anos de idade cantando Can´t Buy Me Love, Penny Lane, Yesterday, Let it Be, Hey Jude, Back In The USSR, Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, dentre outras foi impressionante. Ao meu lado meu pai não parava de chorar dizendo pra mim: “Eu esperei trinta anos para ver esse show”. E eu pensava sem nada dizer: “Eu esperei apenas três”.

Em 1994, também no Hollywood Rock, foi a vez de eu assistir os shows do Live, Sepultura, Ugly Kid Joe e Robert Plant, vocalista da banda Led Zeppelin.

Nesse mesmo ano, três meses depois com um tiro na cabeça acompanhei um momento que eternamente ficará gravado na história do Rock, o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana. Nesse dia eu chorei.

Por dois anos após essa tragédia fiquei carente de boa música, fiquei sem referência nenhuma já que tudo o que eu gostava havia acabado. Até que em 1996 chegava aqui no Brasil o álbum ‘What’s The Story Morning Glory’ do Oasis. Bom, quem gostava de rock na época sabe do que estou dizendo.

Foi paixão a primeira vista. Para mim eles eram os Beatles da minha geração.

No ano seguinte o tão aguardado álbum do Oasis, ‘Be Here Now’ foi lançado e em 21 de março de 1998 eles tocaram no Brasil, em São Paulo no estacionamento do Anhembi. Outro momento importante vivido por mim e para mim.

Nos anos seguintes apenas acompanhei a carreira dessa banda, e em 2001 assisti o meu primeiro Rock in Rio, com a volta do Guns n’ Roses, Oasis, Ultraje a Rigor, Ira, Patu Fu e diversas outras bandas. Foi o melhor festival que assisti, em todos os aspectos.

Nesse mesmo ano morria Layne Staley, vocalista do Alice in Chains.

Bom, em uma década vivi intensamente todo e qualquer rock produzido e que chegava até a mídia, aos meios de comunicação. Essa década não tem sido muito boa como a anterior. Me recordo apenas das mesmas bandas velhas que sobreviveram, e do System Of a Down. Achei interessante a volta do Smashing Pumpkins também que é outra banda maravilhosa.

Escrevi tudo isso porque depois de anos sem ouvir algo que realmente me tocasse a alma, tive o prazer de ver o nascimento do álbum ‘Machine 15’ de uma banda chamada Millencolin. Na verdade eu já conhecia essa banda e alguns álbuns deles, mas esse foi o primeiro deles que vi nascer, assim como o ‘Mornig Glory’ e o ‘Be Here Now’ do Oasis; o ‘Nevermind’ e o ‘In Utero’ do Nirvana, o ‘Raimundos’ da banda Raimundos, o 'Ok Computer' do Radiohead. E por mais que alguns digam que não é o melhor deles, é o que está marcando um único e novo momento na minha vida. Um momento de mudanças, e a trilha sonora básica está sendo esse álbum.

De tudo que eu vi, espero apenas que meus filhos possam ver metade disso.
Boa sexta pra todos!


DANIEL BEDOTTI SERRA
04/04/2008

6 comentários:

. Cáh . disse...

Já esta comentado.

Beijo.

Anônimo disse...

[green]
caraco
contou a historia toda pra falar q o cd eh bom..
vou ter q ouvir pq ainda nao ouvi.. e olha q eu curto millencolin hein...
mano.. vc leva jeito pra escritor.. vai se ferrar
aahahaha

beijosssss

Anônimo disse...

Fala ovo de páscoa, tô fuçando no seu blog.

O Melhor show do Hollywood Rock de 93 foi o do Alice In Chains?
Parei hein...showzaço, mas "os caras" tocaram depois, mesmo com um guitarrista de merda improvisado foi do caralho.

Bons tempos aqueles hein, bate uma saudade do caralho...adolescência, ingenuidade, descobertas, amizades, irresponsabilidade, rock n´roll...foi foda.

Abrazzz

DENNIS

Anônimo disse...

PS: Velho, nem tinha visto...mas vc abriu o arquivo, falou de tantos bons shows que fomos e vc coloca a imagem de um disco do Millencolin?????

Vc parece o Metallica Daniel, não é mais o mesmo ahahaha

DENNIS

Mayara Hopp disse...

Esse cd ta foda mesmooo.. mas o pennybridge pioners tbm ta pau a pau!
vai de gosto neh!

e amanha~vou ver o Ozzy e vc não!
jahauhaua

bjão

Unknown disse...

bom.. sou suspeita pra falar de música!
simplesmente AMO música!!
Fez e ainda faz parte da minha vida, em todos os momentos..
Dumro e acordo com música na cabeça.. às vezes tem umas 3 tocando ao mesmo tempo na minha cabeça! hahahaa
e caraleooooo Daniel! Rock in Rio foi foda demais!! Inesquecível! Sem palavras! Melhor ainda ter compartilhado essa experiência com vocês! O Axl entrando (depois de 2 horas de atraso mas q valeu a pena totalmente!), Deftones q eu ñ conseguia acreditar q tava bem na minha frente, Red Hot! Nessa hora até me joguei nakela lama...fikei com o cabelo duro por uns dias! hahahaha
Nossa.. demais!
Oooohhh tempo bom!!!