quarta-feira, 30 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
A usar o microfone e resolver falar
Do que eu vivo já que estou vivo
Depois de tanto tempo respirando ar
Cortante seco, me esfola a garganta
Mantém caído quem já não levanta
E do sinal fechado pro lado da bonança
Que nos mostra o lixo, mas não limpam a lambança
A natureza e o céu que me conduz
Olhar pra cima e seguir em frente
Rumbora agora que o futuro é a gente
Calado não da pra ficar
Mudo, sem mudar
Que quem ganha o poder não quer ver o mundo mudar
A novidade subverte e mostra novas opções
E mata de medo quem não tem mais soluções
Quando atirei, acertei meu coração
Só o bem faz a revolução
Lavo a alma com o sal, me faz cicatrizar
Não ganho medo de perder
Nem perco a vontade de ganhar
A natureza e o céu que me conduz
Olhar pra cima e seguir em frente
Rumbora agora que o futuro é a gente
Calado não da pra ficar
Mudo, sem mudar
Não vou te prometer mundos e fundos
Eu sei que tudo que vai, um dia volta
E que pra tudo que se faz, vem uma resposta
Eu sigo em frente e me mantenho no bem
Quando eu me perco meus amigos me mantém
Firme no trilho, a gente vai ao fundo
longe do mal do mundo
domingo, 27 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Como é bom poder olhar pra trás e pelo menos se orgulhar do que um dia já fizemos. Mesmo que
as coisas não estejam tão boas no momento, você se reencontra com pessoas como essas da foto e
percebe o quanto querido você é, percebe como o passado não é apenas passado, que ele deve
ser lembrado SIM, e nunca devemos deixar o que foi bom pra trás.
Conheci esse pessoal em 1986 num colégio chamado 3 de maio. Foi o lugar que mais passei tempo
estudando. Fiquei 8 anos da minha vida lá dentro, e tudo o que sou hoje devo àquelas pessoas
que me ensinaram tudo e a essas amizades eternas.
Reencontrando esses amigos percebo que ainda somos crianças, nada mudou, apenas temos uns
15 ou 20 anos a mais daquela época para cá. As recordações ainda estão na mente como se
tivesse sido ontem tudo aquilo.
Pena que ainda não conseguimos reunir mais pessoas, mas a vida é assim, alguns casaram, outros
se mudaram, uns se foram pra sempre, outros não querem reencontrar o passado.
É como disse esses dias a um grande amigo: "O que há de errado em voltar ao passado, se meu
presente é complicado e meu futuro é indefinido?"
Valeu!!!
Daniel Bedotti Serra
quarta-feira, 23 de abril de 2008
O mais delicioso prazer é sentir a dor pra se chegar até ele. Nada se compara a essas duas sensações, elas estão interligadas, e para se chegar a uma tem-se que experimentar a outra junto. É claro que não procuramos a dor em primeiro lugar, sempre procuramos o prazer, mas a dor vem na sequência e é inevitável. Um caminha com o outro. São como dois irmãos que nasceram grudados. Mesmo corpo mas com duas cabeças. O bicho de duas cabeças. A dor e o prazer.
Nessa busca intensa pelo topo, pela felicidade, a gente se depara com diversos obstáculos, obstáculos esses que às vezes são fatais para algumas pessoas que estão tentando a mesma coisa que você e junto com você. É como numa guerra, diversas pessoas vão para atingir um mesmo objetivo, mas alguns não voltam com a vitória ou com a derrota, porque a linha acaba para alguns.
Por enquanto eu ainda estou no jogo, machucado pelos horrores dessa guerra diária, mas estou vivo e mais forte como nunca. Superei mais um obstáculo, e apesar das minhas fraquezas segui forte, e com o passar dos dias sinto-me mais forte ainda.
Meus soldados estão morrendo em combate, perderam-se no bom combate da vida, porque deixaram de combater de forma moral e foram imorais, e eu tentei avisá-los, mas tudo bem, o que importa é que eu estou aqui vivo e pronto pra enfrentar novamente o inimigo que está a algumas milhas diante de mim. Mais uma vez eu fiz a minha parte e não mudarei por causa da regra, pois eu sou a exceção. E isso fez de mim o que eu sou hoje.
Por rádio eu pedi reforços ao meu superior, pedi que ele me enviasse mais combatentes, mais pessoas dispostas a enfrentar a vida com a cara limpa, na honestidade, sem medo de enfrentar os obstáculos, sem medo de enfrentar o inimigo do mal, aquele que fará de tudo e da pior maneira para acabar com você.
Ainda não obtive resposta, então por enquanto fico aqui abaixado no meio desse pântano, cicatrizando minhas feridas do último combate, renovando meu espírito, esperando minha hora de seguir no jogo.
Quem continua no jogo comigo?
Daniel Bedotti Serra
23/04/2008
terça-feira, 22 de abril de 2008
O amor, aquele que sonhamos tanto em experimentar, não deixa de ser uma droga como outra qualquer (Alcool, Cigarro, Maconha, Cocaína, Heroína, Crack...) eis que vicia, causa dependência, causa euforia, faz chorar, faz sorrir, nos relaxa e outras coisas mais. Mas qual o verdadeiro segredo do amor? Ou melhor, quando descobriremos o amor verdadeiro? Será que ele existe? E a tal alma gêmea? Ou será que temos a necessidade de estar com o sexo oposto apenas por conveniência? Apenas para nos satisfazermos?
Como a droga, o amor no início também faz a gente sorrir em excesso, relaxa de uma maneira inexplicável, dá uma sensação de poder já que estamos com alguém que amamos (ou achamos que amamos), nos faz viver o mundo de uma maneira mais fácil, mesmo com os problemas que ele nos traz, e dessa maneira a nossa auto-estima se eleva como se conseguíssemos chegar até Deus (pelo menos os usuários de drogas falam muito em “voar”, “viajar”, em sentir-se poderoso e etc.).
Tudo bem até aí, mas e quando o amor de uma das partes acaba e o castelo, que na verdade nunca deixou de ser imaginário, desaba? O que fazer? Chorar? Não adianta chorar!! A pessoa não vai voltar mais! E você se pergunta: E o amor verdadeiro, aquele que eu tanto acreditava? Afinal de contas a outra pessoa também um dia acreditou nesse amor, ou não?
Nesse momento entramos em declínio e as consequências da dependência logo aparecem: Demoramos meses a acreditar que o sonho acabou; Cada vez que o telefone toca dá a sensação de que dessa vez é a pessoa que gostamos (mas nunca é); Quando resolvemos sair a primeira vez sozinho dá vontade de sair correndo e implorar para que a pessoa amada volte, e em nenhum momento você aceita que agora vive uma realidade diferente, ou seja, isso vai te atrasando, faz com que você pare no tempo enquanto que as vezes a pessoa que você ama já está até se divertindo por aí sozinha ou até acompanhada e nem se lembra mais de você. Essa é a pessoa que dizia também amar você? Essa é a realidade do amor? Quanto tempo perdido!!!
A droga é assim também, causa alegria, euforia, poder e outras coisas no começo, mas no decorrer do tempo causa a dependência que só percebemos quando estamos no fundo do poço (quando reconhecemos que somos frágeis à ela como no amor) e aí surge o problema. E como sair do problema? Tratamento! É a única solução. No amor também chegamos a precisar de tratamento, terapia, já que precisamos entender porque as coisas não aconteceram da maneira planejada, e também para termos coragem de nos relacionarmos novamente sem medo.
É difícil aceitar o término de um relacionamento eis que o tempo nos faz acreditar que ter um relacionamento sólido é encarar as coisas sempre da mesma maneira, sem mudanças, nunca arriscando para não se arrepender. Afinal de contas, pra que mudar, se a rotina nos faz pensar que estamos seguros? (Esta aí um pensamento ilusório). Mas na verdade, de tanto termos medo do desconhecido e por não mudarmos de postura mesmo com o passar dos anos fazendo da nossa vida uma inércia, a própria vida nos mostrará como crescer (essa é a palavra certa), e para mudar ela arranca a pessoa que gostamos sem dó nem piedade para mostrar que estávamos errados (ou que namorávamos errado) para podermos continuar progredindo, ou seja, para não sofrermos no futuro?!. Mas e agora, eu estou feliz? Não, não estou nem um pouco feliz e por um único motivo: “EU QUERO A PESSOA QUE AMO AO MEU LADO EIS QUE É ELA QUE ESCOLHI PARA FICAR COMIGO PRO RESTO DA MINHA VIDA”.
Que mal há nisso? Escolher alguém para ficar conosco para sempre. Só quem passa por isso sabe o quanto dói, mas se pararmos pra pensar chegaremos à conclusão que todo mundo um dia passou por isso (quem dizer que nunca teve um amor não correspondido está mentindo!!). Então é necessário passar por isso para aprendermos a amar? Não sei! A única certeza é que daqui um tempo a gente esquece esse tal amor e depois nos perguntamos: E aquilo que eu sentia, era o quê? Amor? Paixâo? Então pra que sofrer se um dia tudo passa?
Fazendo uma comparação entre as doenças que afetam a alma (a droga e o amor), é certo enfatizar que a droga mata!! E o amor, mata também? Não, o amor não mata, com o decorrer do tempo a gente esquece o nosso amor mesmo que forçado, pessoas morrem e somos obrigados a esquecê-las e assim a vida segue normalmente como se nada tivesse acontecido, (no dia seguinte temos que acordar cedo da mesma maneira), é claro que sofremos, mas nunca morremos e se morrermos ainda seremos chamados de fracos e sem amor a si próprio. (Afinal, antes de gostarmos de alguém deveríamos gostar de nós mesmos primeiro, certo?).
Logo, chegamos à conclusão que a droga tanto existe como pode matar (no mínimo deixará seqüelas incontestáveis) e o amor não mata (mas deixa seqüelas) e por não matar não existe?!, pelo menos eu nunca vi ninguém morrer por amor, também nunca vi uma pessoa gostar da outra da mesma maneira, sempre um gosta mais do que o outro, ou seja, desde que o mundo é mundo não existe sintonia entre os amantes, logo, ou o amor não existe, ou as pessoas não aprenderam a amar em pleno século XXI.
Daniel
07/01/2004
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Lucy no céu com diamantes
quarta-feira, 16 de abril de 2008
É lamentável que para buscar seus direitos na Justiça, os paulistanos aguardem de 2 a 10 anos o final de um processo. Isso é um absurdo. Certas coisas acontecem, mas não conseguimos entender porque acontecem. Mas tudo bem, a intenção aqui é trazer solução e não apenas criticar aquilo que todos nós já sabemos, que o poder judiciário é lento.
Para a maioria das mais variadas ações que são distribuídas nos fóruns do nosso Estado todos os dias, ainda não temos uma solução rápida, a não ser aguardar e torcer para que se resolva rápido, mas com os litígios sobre as relações de consumo podemos utilizar o PROCON (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), que tem ajudado muitas pessoas, orientando, solucionando problemas, e quando não obtem êxito na solução dos problemas remete o caso para o Juizado Especial Cível da jurisdição competente.
O PROCON é um órgão brasileiro de defesa do consumidor, ele atende e orienta as pessoas sobre os seus direitos, indicando a melhor maneira de resolver um problema relacionado às relações de consumo. Por exemplo, um protesto indevido provocado por um banco, um automóvel comprado com defeito sem que o consumidor saiba da existência de um problema, contas de telefone que foram clonadas, alimentos estragados comprados em um supermercado e etc. Todos esses são exemplos de problemas que podem ser solucionados no PROCON.
Assim que o PROCON é acionado, ele ouve o que a parte tem a dizer e notifica a parte contrária (aquela que supostamente tenha causado o problema) marcando uma data para que as partes discutam o fato ocorrido e tentem chegar a um acordo de maneira amigável, sem precisar se socorrer no poder judiciário. Essa reunião se parece com uma audiência, de um lado fica a parte reclamante e do outro o reclamado, a reunião é comandada por um conciliador devidamente instruído para ajudar na solução do problema explicando os direitos e os deveres das partes de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90).
Boa parte dos litígios que são levados ao PROCON são resolvidos com êxito, e infelizmente muitas pessoas não têm conhecimento desse tipo de serviço, que é feito gratuitamente.
Concluindo, o PROCON orienta, soluciona e quando não consegue solucionar fazendo com que as partes entrem em um acordo, encaminha o litígio para o Juizado Especial Cível.
Não deixe de fazer valer seus direitos pois em questões relacionadas ao consumo você já tem uma solução rápida e eficaz.
Para saber mais acesse: www.procon.sp.gov.br
Daniel
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Na minha frente eu só enxergo o caos, e como diria Herbert Vianna, no caos ninguém é cidadão.
Atravessamos o ano 2000 e o Bug do Milênio não nos pegou, ainda estamos vivos, cada vez mais acordados, batalhando uma vida melhor. A concorrência é brutal e desleal, fazendo com que os seres humanos cada vez mais desconfiem uns dos outros, ninguém acredita em ninguém, ninguém acredita no amor e sem amor nada é possível.
Falta doar um pouco mais ao próximo, estender a mão faz bem. Aqui no Brasil dependemos disso, da ajuda das pessoas, da colaboração entre o próprio povo porque o Estado Democrático de Direito está falido, ele não é tão democrático como deveria ser, por pura sacanagem, simples descaso com o cidadão. Pra onde vão nossos quatro meses trabalhados de impostos? Pra segurança pública? Pra educação? Não! Não vão a lugar algum a não ser para os bolsos sujos desses corruptos sangue-sugas que comandam nosso país.
Enquanto “eles” fazem a festa no Planalto o povo se mata tentando viver, ninguém acredita mais em ninguém, cada um jogando o combate da vida de forma imoral, passando por cima dos bons costumes eis que não é possível ganhar dinheiro nessa selva de pedra a não ser roubando e às vezes até matando pra se alimentar, pra viver.
“Eles” conseguiram acabar com a moral do povo.
Na prisão existem muitos “ladrões de galinha”, pessoas que roubam pequenas coisas e às vezes o que roubam é comida pra se alimentar, um leite para dar ao filho recém-nascido que não tem o que mamar uma vez que sua mãe não tem leite por estar desnutrida.
E agora Jesus? O que fazer?
Quem será que são os verdadeiros ladrões desse país? Quem será que são os verdadeiros homicidas desse país? Quem vai pro céu e quem vai pro inferno diante de tanto caos? Como separar as pessoas que se perderam no meio do caminho por causa de um sistema falido dos que nasceram com vontade de fazer o mal?
Estamos abandonados vivendo num sistema falido e um exemplo disso é que muita gente furta pra comer aos domingos, mas desde quando furto é crime nesse país de bandidos?
E agora Jesus?
Daniel Bedotti Serra
2005
domingo, 13 de abril de 2008
sexta-feira, 11 de abril de 2008
E eu não quero esta lá quando você atingir o chão...
Então não vá embora, diga o que disser.
Mas diga que você ficará
Para sempre e mais um dia... durante meu tempo de vida.
Pois eu preciso de mais tempo, sim, eu preciso de mais tempo
Simplesmente para acertar as coisas.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
terça-feira, 8 de abril de 2008
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender. Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras.
Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ao ler ou escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afeta do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, se deliciar com o amor e adoração da multidão - o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo.
O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento.
Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente).
Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor as coisas quando elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas eu ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus.
Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia e uma filha que me lembra demais de como eu costumava ser, cheio de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Mal posso suportar a idéia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho.
Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais a paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos.
Paz, Amor, Empatia.
Kurt Cobain
Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim. EU TE AMO, EU TE AMO!
sábado, 5 de abril de 2008
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Sempre tive uma relação 100% intimista com esse estilo de música chamado Rock n’ Roll. Desde meu nascimento até os presentes dias vivenciei diversas coisas importantes criadas pela música e como consequência, todas as alterações que ela produziu na sociedade, assim como no comportamente de uma determinada parcela da sociedade, especialmente os jovens, sendo no seu modo de se vestir, sendo no seu estilo de vida.
Com apenas um ano e pouco de vida presenciei a morte do Beatle John Lennon, que com cinco tiros desferidos por um psicopata acabou morto, matando junto todo o sonho de uma geração, inclusive com o meu mais tarde, que era ver os Beatles reunidos novamente.
Desse ponto de partida até o seguinte levaram-se alguns anos, quando em 1989 eu ouvi pela primeira vez o álbum “Cabeça Dinossauro” dos Titãs. Esse álbum mudou minha vida aos 10 anos de idade e a partir dali eu nunca mais seria o mesmo.
No ano seguinte, o momento mágico e tão esperado na vida de quase todo brasileiro aconteceria. Paul McCartney confirmava um show no estádio do Maracanã. Bom, resumindo porque minha vida junto ao Rock é extensa, foi a partir dessa vinda do ex-beatle ao Brasil que começou minha paixão pelos Beatles. Eu não fui ao show, mas naquele momento soube quase tudo sobre eles.
O passo seguinte seria aprender a tocar guitarra e montar uma banda. Eu queria ser que nem os Beatles. Assim surgiu o meu interesse pela música.
O início da década de noventa foi simplesmente sublime na minha formação como ser humano e como músico, compositor, ouvinte, seja lá mais o que se encaixar aí. A partir desse momento eu presenciei diversas mudanças culturais por causa da música, vi alguns movimentos surgirem, vi artistas nascerem e morrerem, como resumirei a seguir.
Eu vi o lançamento do álbum Nevermind do Nirvana em setembro de 1991 com a potente e diferente ‘Smells like teen spirit’. E com ela surgia o movimento grunge, movimento esse que trouxe quatro das maiores bandas já vistas desde o nascimento do Rock. São elas: Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden e o próprio Nirvana.
Em 10 de dezembro de 1992 assisti ao show do Guns n’ Roses no estacionamento do Anhembi, debaixo de uma forte chuva que na minha opinião apenas deixou o show melhor. Essa foi uma das melhores performances ao vivo já assistidas por mim.
Em janeiro de 1993 assisti no estádio do Morumbi o Hollywood Rock, e nesse dia tocaram como bandas principais: Red Hot Chilli Peppers e Alice in Chains. Na minha opinião o Alice in Chains foi o melhor show da noite.
Em 03 de dezembro do mesmo ano, tive o prazer de ver o Sir Paul McCartney no estádio do Pacaembu. Foi o show mais mágico e lindo que vi na minha vida. Ele com seus 51 anos de idade cantando Can´t Buy Me Love, Penny Lane, Yesterday, Let it Be, Hey Jude, Back In The USSR, Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, dentre outras foi impressionante. Ao meu lado meu pai não parava de chorar dizendo pra mim: “Eu esperei trinta anos para ver esse show”. E eu pensava sem nada dizer: “Eu esperei apenas três”.
Em 1994, também no Hollywood Rock, foi a vez de eu assistir os shows do Live, Sepultura, Ugly Kid Joe e Robert Plant, vocalista da banda Led Zeppelin.
Nesse mesmo ano, três meses depois com um tiro na cabeça acompanhei um momento que eternamente ficará gravado na história do Rock, o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana. Nesse dia eu chorei.
Por dois anos após essa tragédia fiquei carente de boa música, fiquei sem referência nenhuma já que tudo o que eu gostava havia acabado. Até que em 1996 chegava aqui no Brasil o álbum ‘What’s The Story Morning Glory’ do Oasis. Bom, quem gostava de rock na época sabe do que estou dizendo.
Foi paixão a primeira vista. Para mim eles eram os Beatles da minha geração.
No ano seguinte o tão aguardado álbum do Oasis, ‘Be Here Now’ foi lançado e em 21 de março de 1998 eles tocaram no Brasil, em São Paulo no estacionamento do Anhembi. Outro momento importante vivido por mim e para mim.
Nos anos seguintes apenas acompanhei a carreira dessa banda, e em 2001 assisti o meu primeiro Rock in Rio, com a volta do Guns n’ Roses, Oasis, Ultraje a Rigor, Ira, Patu Fu e diversas outras bandas. Foi o melhor festival que assisti, em todos os aspectos.
Nesse mesmo ano morria Layne Staley, vocalista do Alice in Chains.
Bom, em uma década vivi intensamente todo e qualquer rock produzido e que chegava até a mídia, aos meios de comunicação. Essa década não tem sido muito boa como a anterior. Me recordo apenas das mesmas bandas velhas que sobreviveram, e do System Of a Down. Achei interessante a volta do Smashing Pumpkins também que é outra banda maravilhosa.
Escrevi tudo isso porque depois de anos sem ouvir algo que realmente me tocasse a alma, tive o prazer de ver o nascimento do álbum ‘Machine 15’ de uma banda chamada Millencolin. Na verdade eu já conhecia essa banda e alguns álbuns deles, mas esse foi o primeiro deles que vi nascer, assim como o ‘Mornig Glory’ e o ‘Be Here Now’ do Oasis; o ‘Nevermind’ e o ‘In Utero’ do Nirvana, o ‘Raimundos’ da banda Raimundos, o 'Ok Computer' do Radiohead. E por mais que alguns digam que não é o melhor deles, é o que está marcando um único e novo momento na minha vida. Um momento de mudanças, e a trilha sonora básica está sendo esse álbum.
De tudo que eu vi, espero apenas que meus filhos possam ver metade disso.
Boa sexta pra todos!
DANIEL BEDOTTI SERRA
04/04/2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
É fácil viver com os olhos fechados
Tente e responda-me você mesmo
Distorcendo tudo aquilo que você vê
Mudando para aquilo que você realmente queira ver
No mundo real você fica preso entre quem você é e aquilo que gostaria de ser
De olhos fechados você é apenas o que gostaria de ser
Colhendo frutos de plantas não plantadas
De piadas que antecederam gargalhadas
Aqui, você é o único dono do seu próprio mundo
Lá, você vive o mundo que criaram pra você viver
Plantando sem colher frutos
E colecionando tombos que antecedem as lágrimas
De olhos fechados você pode realmente voar
No mundo real você tem que viver com os pés no chão
Custando muito pra sua vida guiar
Tomando remédios pra não enlouquecer
Lá, isso é o que te segura
Aqui, sua mente é suficiente
08/06/2006
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Segunda-feira, dia 07 de agosto de 2006, eu levanto da cama, me apronto pra enfrentar mais um dia, tomo meu café da manhã e pego uma carona até o banco com meu pai. O dia está ensolarado e bonito e do lado de dentro do banco eu olho para fora através do vidro e tenho a sensação de retornar ao passado. Sabe aquela sensação de reviver outros momentos? Momentos que se foram? Então, isso é o que se passa naqueles segundos.
De repente, retorno à minha infância, no prédio que praticamente eu nasci, e que infância feliz, cheia de sonhos, cheia de amigos, brincando o dia inteiro, chegava em casa morto de cansaço, não tinha forças pra mais nada, apenas pra tomar banho, jantar e dormir. E me questiono: Quantas crianças não tiveram o que eu tive na infância?
De todos esses amigos, alguns permaneceram, outros se foram, outros vão se casar, mas todos estão bem guardados no meu peito, cada um com seu jeito e com sua importância na minha vida. Será que todos sabem o significado de uma amizade?
Nessa mesma época entrei na minha primeira escola, tudo é novo, mas é inevitável o choro pela ausência da mãe, aquela sensação de que ela nos abandonou, mas com o tempo a gente acostuma e percebe que foi apenas mais uma demonstração de carinho por parte dos pais, querendo apenas nosso crescimento. Quantas crianças não tiveram seus pais ou perderam os seus na sinuosa estrada da vida?
Quando chego a minha segunda escola me lembro do meu primeiro amor, seu nome era Fernanda, todo dia fazia minha mãe escrever numa máquina de escrever cartinhas de amor que eu ditava pra no dia seguinte, ao fim das aulas daquele dia, jogar pela janela do ônibus escolar enquanto ela esperava do lado de fora do ônibus. Jamais a esqueci. Até hoje penso como ela estaria e confesso que gostaria de vê-la novamente. Nem é preciso dizer que diversas crianças pelo mundo nem sabem qual é o significado da palavra amor né?!
O tempo passa, surge o amor pela música, os primeiros acordes no violão, a primeira guitarra e a primeira banda. Tudo passa rápido pela minha cabeça. A primeira decepção no amor, o primeiro trabalho, o primeiro salário, o primeiro carro, o primeiro namoro de verdade e a minha primeira perda. Perda irreparável.
Me recordo das dificuldades mas também de como cheguei até aqui. Saudades, saudades e mais saudades de tudo o que eu vivi, de todas as pessoas que eu conheci e que não estão mais comigo. Olho pra trás e tenho a sensação de que tive um passado interessante e agradeço todos os dias por ele e por ter chegado até aqui, mas porque será que relembrei tudo isso? Não sei. Será que é porque os dias estão cada vez mais difíceis? Será que é porque não se sabe o dia de amanhã? Porque será que nem todos têm os mesmos direitos, as mesmas chances? Realmente não sei, mas o que realmente importa é que, no meu caso, valeu a pena, e como valeu. Quem sabe um dia todos tenham um passado escrito pra ser lembrado como eu tive.
07/08/2006
terça-feira, 1 de abril de 2008
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Será que sou um adulto mas que pra certas coisas esse adulto não amadureceu?
Será que me tornei um cara traumatizado porque depois do meu último “tombo” meu coração endureceu?
O gosto de te conquistar ficou amargo e diante de tudo minha alma adoeceu.
Porque com minhas falhas você não ajudou, mas infelizmente aquiesceu.
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Porque será que tão cedo você desistiu?
Você não reparou nos sinais desde o primeiro momento em que me viu?
Há muitos séculos eu estou a contemplar a sua luz.
Parece que só eu lembro do passado e ao me ver nada te seduz.
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Talvez não seja hora de jogar a culpa em você.
Talvez eu não esteja bem e por isso você não possa me ver.
Primeiro, é a mim que tenho que cuidar.
E depois tornar em sua direção para poder te reconquistar.
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Apesar desse sentimento que me aflige, sei que um dia, essa falha em meu espírito irei corrigir.
Enquanto isso não ocorrer, cegos profetas voltarão para dizer que não devo desistir.
Que devo manter a chama acesa de um coração que ainda está batendo.
Que não devo desviar meu caminho e por fim, devo esquecer esse sofrimento.
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Amparado nesses ensinamentos, ou melhor, nessa muleta, destruirei essas “marcas” com a certeza de um final feliz.
O “amigo conselheiro” não deve ser visto como um erro, mas sim como um grande aprendiz.
Depois de todo aprendizado, como um bom pisciano eu irei emergir.
E o homem invisível, pra você meu amor, deixará de existir.
04/03/2007