O JOVEM ADORMECIDO DO VALE
("Le dormeur du val")
(Trad. de Hélio C. Teixeira)
No vale verdejante, um córrego murmurra
e surgem pela grama uns farrapos de prata,
quando o sol, da montanha, a dominar a altura,
vem, luzindo, espalhar centelhas pela mata.
Estendido num canto, em meio da verdura,
dorme jovem soldado e seu rosto retrata
a palidez, enquanto a claridade pura
doce pranto de luz parece que desata.
Tem lírios sob os pés e dorme sorridente,
qual sorriria, em sonho, um menino doente,
mas dorme e, tendo frio, a natureza o aquece;
porém, nenhum perfume o faz fremir no leito,
pois, rubros, a sangrar, dois furos tem no peito,
onde repousa a mão tranqüila, como em prece...
("Le dormeur du val")
(Trad. de Hélio C. Teixeira)
No vale verdejante, um córrego murmurra
e surgem pela grama uns farrapos de prata,
quando o sol, da montanha, a dominar a altura,
vem, luzindo, espalhar centelhas pela mata.
Estendido num canto, em meio da verdura,
dorme jovem soldado e seu rosto retrata
a palidez, enquanto a claridade pura
doce pranto de luz parece que desata.
Tem lírios sob os pés e dorme sorridente,
qual sorriria, em sonho, um menino doente,
mas dorme e, tendo frio, a natureza o aquece;
porém, nenhum perfume o faz fremir no leito,
pois, rubros, a sangrar, dois furos tem no peito,
onde repousa a mão tranqüila, como em prece...
RIMBAUD
Um comentário:
doiderassssssa!
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