ANDAR NA PEDRA, MOLEQUE!
Andar descalço, sobre as pedras da praia do Tombo, onde os escravos eram tombados por seus donos quando já não lhes serviam mais, juntou a energia do Universo, ou de Deus, com a energia fraquejante do meu corpo.
Último dia de férias junto aos meus amigos, familiares e minha namorada. E lá estávamos nós três querendo aprontar alguma coisa diferente antes de ir embora, pra fechar com chave de ouro a nossa mágica e misteriosa viagem. Só faltou uma máquina mesmo pra registrar aquele momento único e guardar além da nossa lembrança.
Não foram apenas os pés descalços que colaboraram para essa caminhada, mas as mãos também, e diga-se de passagem, estão machucadas, raladas para me equilibrar, ainda mais depois de umas cervejas, elas foram necessárias.
No meio do caminho surge um ser inesperado e indefinido, que causou um certo medo na gente, mas resolvemos continuar adiante, só pensando nele novamente na volta, quando teríamos, talvez, que enfrentá-lo, o que não ocorreu, e graças à Deus, pois do desconhecido basta a morte que um dia terei que enfrentar e que já me atormenta desde cedo, ou nem tão cedo assim, quem pode saber?
Nesse momento, deitado com eles na pedra tive meu momento de encontro com Deus, com a sua natureza tão machucada e ainda tão bela apesar de tudo.
Obrigado pelos pés descalços que tanto me ajudam a enfrentar a vida, e pelas mãos, aquelas mesmas que ao invés de atacar areia ou pedras deve dar uma rosa e amor à todos aqueles que sempre fizeram parte do meu show, da minha vida.
Desculpe-me pelos meus tropeços, pois as pedras no caminho são justamente para tropeçar, mas para passar adiante delas após o tropeço. São nossas provas, as provas de que seguiremos adiante mesmo com elas eternamente no nosso caminho. E aprendendo alguma lição após nosso momento com Deus. Espero fazer das pedras a minha fortaleza, o meu castelo, e que a areia seja apenas a minha varanda de frente para o mar azul.
DANIEL BEDOTTI SERRA
Um comentário:
a natureza é algo que me encanta, tanto que do jeito que estava, me adentrei!
tenho uma relação particular com a natureza, talvez diferente de vc e do vitché... não de intensidade, é mais uma particularidade mesmo.
aquilo ali pra mim é algo que não tem explicação, e vcs puderam ver que eu parecia uma criança.
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