domingo, 28 de fevereiro de 2010


NOCIVOS

Quando novidade, ela não representa o menor perigo
Mas é nocivo
Transforma a mente
Sem o menor motivo

Coisas que aparentam
Mudam a qualquer tempo
Transformam pessoas em monstros
E monstros em mocinhos

Ela atrai o cigarro consolador
Que seca desde a ponta da língua até os pulmões
Num primeiro trago relaxador
E, também, matador

Consola a muleta dos fracos
Que sonham em ser os falsos profetas de um futuro sempre incerto
O apoio dos que já não tem mais auto estima
É uma maldade com rima

Como músicas para ouvidos mortos
Como concertos para teatros sem platéias
Como lazer para crianças sem vida
Como o ódio com estima

Balões flutuantes que levam o soro do descanso à multidões inteiras
Deitados sobre o asfalto esperando a semana inteira
Uma catástrofe de grandes dimensões
Bêbados, engarrafados, esquecidos para esquecer o dia que se foi

DANIEL BEDOTTI SERRA

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


APENAS ALGUMAS QUESTÕES... AO INVÉS DE AFIRMATIVAS...

O que você escreve?
O que você costuma ler? Costuma ler?
O que te faz um ser humano racional?
O que te mantém de pé? Sonhos?
O que faz com que sua personalidade seja esta que já está enraizada em você?
O que você come faz diferença na sua vida? Representa um pouco do que você é?
Como você dorme?
Prefere a noite ou o dia?
Qual cor você mais gosta de vestir?
Que estilo de música você mais gosta?
Como você se comporta diante da política? É atuante ou simplesmente finge que não faz diferença em sua vida?
Que tipos de vício você tem? O que você entende por vícios?
Você acha que o que dizem que te faz mal (imposto pela sociedade) realmente te faz mal?

DANIEL BEDOTTI SERRA

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


...ONDE NASCE O SOL...

Em meio ao verde eu corro a quilômetros e quilômetros por hora
Respirando ar livre, limpo e desimpedido
Com efeito direto nos meus pulmões feridos pelo tabaco
Que há tempos andavam obstruídos

Mas andavam...
Como andam mendigos perdidos a procura de alimento
Movimento...
Deslizamentos...

Imediato é o efeito
Matando o tempo...
Lendo...
Aprendendo... pois nunca é tarde

Inalação...
Recuperação...
Novas caminhadas... onde nasce o sol.

DANIEL BEDOTTI SERRA

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


PROSTITUÍDOS

Em minha memória alguém vem despertar
Algo dormente que deixou de falar
Instinto calado, deixou de viver
A nossa vida...

Enquanto os profetas pedem mais diversão
Estava jurado, sob forte proteção
Calças abaixadas para poder protestar
Prostituídos...

Eu deixei de viver tempos atrás
Estava cansado, não entendia mais
Era ganância
A pressão de saber viver
Fiquei pra trás!

Enquantos os profetas pedem a sua cabeça
Estava sentado com a minha na mesa
Indignado, sem nenhuma solução
Prostituídos... por uma diversão.

Não se corre mais em volta da mesa
Brincar nas ruas se tornou um problema
O negócio agora é fazer a cabeça
Cabeça alheia... por uma estúpida diversão.

DESUIT
DANIEL BEDOTTI SERRA
2009

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


MIOPIA?! CEGUEIRA?! SURDEZ!!!

Eu passo por postes de iluminação e vejo radares eletrônicos
Eu passo por policiais fardados e vejo bandidos sanguinários fortemente armados
Eu passo por água rasa e vejo enchentes destruidoras
Eu passo por adulto mas vejo um moleque sendo julgado

Já não sei mais o que vejo
Não sei mais quando me confundo
Não sei quando estou certo,
Ou quando estou apenas surdo

Não sei se o que enxergo é o que vejo
Não sei se o que vejo é bom ou ruim
Não sei...
Simplesmente não sei!

Eu passo por cego pra não ver coisas erradas
Eu passo por surdo pra não ouvir a falta de educação
Eu passo por mudo pra não me sentir na figura do Criador
Eu passo por tanta coisa... Oh, Senhor!!!

DANIEL BEDOTTI SERRA

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010


ZIRIGUIDUM

Ziriguidum do século 20
Sambista de primeira estirpe
Morreu no meio da Sapucaí
Afinal, todo carnaval tem o seu fim

DANIEL BEDOTTI SERRA

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


O MORCEGO
-
Meia- noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho
Circularmente sobre minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh´alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A consciência humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

AUGUSTO DOS ANJOS
POETA BRASILEIRO
1884 - 1914

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


CHUVAS... ENCHENTES... DESABAMENTOS... MORTES!

Chuvas, chuvas e mais chuvas em São Paulo...
Cada vez mais água caindo dos céus, sem previsão de parada.
O homem pode controlar muitas coisas, mas a natureza nunca controlará. Então, o que fazer para evitar enchentes, desabamentos e mortes? O que está ao alcance do homem, uma vez que ele não controla o tempo?

Penso em duas soluções que ajudariam, ou pelo menos, amenizariam bastante a situação:

1 - Ajudaria e muito se a população parasse de jogar lixo nas ruas. Passou do tempo da gente apenas jogar a culpa nos nossos governantes, pois muitas coisas podem ser feitas pela gente mesmo, como neste caso;

2 - Ajudaria muito também se nossos governantes não cortassem verba para as enchentes e diminuíssem a verba para publicidade, o que é um absurdo, pois, mais importante que a publicidade é o bem estar de todo cidadão.

Pagamos impostos demais, não?

Lixo jogado nas ruas é dar um soco na própria cara, ou um tiro no próprio peito. Escolha a melhor opção.

DANIEL BEDOTTI SERRA

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010


DÚVIDA = DESCONFIANÇA

A dúvida sobre o óbvio me incomoda... E MUITO!!!
Pois o semblante já diz tudo
Há coisas que até um cego pode enxergar!
Por isso, deixo o coração, por mim, muitas vezes falar.

Nunca desconfie da confiança!
Não há ninguém mais confiável do que ela... EM PESSOA!

Injustiças acontecem e de repente, quando menos esperar, ela já se foi.
O coração se acalma, e tudo volta ao normal.
Até que outra injustiça ocorra novamente.

Confiar na vida é importante.
Escolher as pessoas que possam estar ao seu lado em todo e qualquer péssimo momento é muito importante também.
Pois infelizmente não estamos livres de todo o mal - AMÉM.

DANIEL BEDOTTI SERRA

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010


ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Juntos na tarde dourada
Suavemente a deslizar,
Nossos remos, sem destreza,
Dois bracinhos a manejar,
Pequeninas mãos que fingem
Nossa direção guiar.

As Três cruéis! Nesta hora,
Sob este sonho de tempo,
Implorarem por histórias
Com o mínimo de alento!
Mas que pode a pobre voz
Contra três línguas sedentas?

Proclama Prima o edito
"Comece!", diz sobranceira.
Mais gentil, Secunda espera:
"Que nada contenha asneira!"
Tertia a cada minuto
Detém o conto, faceira.

E de repente o silêncio,
Com os passos da ilusão
Perseguem a criança-sonho
Pelas terras da invenção,
Falando a seres bizarros...
Uma verdade, outra não.

E assim que a história secava
As fontes da fantasia,
Em vão tentava o cansado
Desfazer o que tecia,
"Mais, só depois..." "É depois!"
Gritavam com alegria.

Forjou-se assim, lentamente,
O País das Maravilhas,
Está pronto, para a casa
Já foi virada a quilha
Pela alegre equipagem
Sob um sol que já não brilha.

Com mão gentil, entre os sonhos,
Alice! Guarda este conto
Na memória da infância,
Sob seu místico manto,
Grinalda que um peregrino
Colheu em terras de encanto.

LEWIS CARROLL

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010


ISQUEIRO

Não basta caminhar
Tem de ter fibras de aço
E o coração no peito
Juízo na cabeça
Jogo de cintura
Em meu inimigo dou um beijo

Começou a época de caça
E eu estou cansado de correr
Meu joelho esquerdo foi pro espaço
Está difícil se esconder

Isqueiro...
A luz que me sobra
Dentro do meu bolso direito
De repente sinto um cheiro

Queimado!
Desespero!
Acaba o anonimato
Meu Deus, estou aceso!

Vejo o céu queimando sobre minha cabeça.

DANIEL BEDOTTI SERRA

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


A DAY IN THE LIFE

A noite estava agradável, mas pouco saudável.
O excesso me faz esquecer, e assim eu adoeço, aos poucos.

Não é diariamente, mas o suficiente.
Eu não estourei os miolos no poste.
Mas é hora de pensar!
Ter força de vontade.
Controlar!
Para não estragar, JAMAIS, os ótimos momentos que estou vivendo.

Amigos que rodeiam e fazem diferença.
Inimigos que já não me fazem perder o sono me encantam também.
Talvez seja apenas a minha bondade retornando ao lugar de antigamente. Talvez seja o conformismo. Não sei!

Barrados pela fiscalização eu me senti vigiado, como se estivesse fazendo algo errado, e não gosto de me sentir assim. Bem no dia que eu estava fazendo arte no seu sentido literal.

Paciência!

9 mil buracos nas ruas de São Paulo. E a fiscalização para isso?

DANIEL BEDOTTI SERRA